Mateava cedo e solito
na beirada do fogão,
bombeava nele um tissão
que fosse vivo e bonito
para acender o palheiro...
mas nem mexi no braseiro
porque ouvi no terreiro
aquele estridente grito
triste e muito esquisito
do sentinela fiel
que fez do campo quartel!...
E seu grito lembrou rima:
¨QUERO- QUERO GRITOU LÁ EM CIMA¨!
Não creio em assombração!...
Mas nem vi cair da mão
o cigarro ainda apagado,
ah se eu fosse assustado!...
Prenunciava uma desgraça;
o fogo ficou manheiro
e desprendia fumaça
de escurecer o galpão;
apertava o chimarrão
e a guampa estava vazia!...
Mas entre a fumaça eu via
cantando com muito anseio...
¨O NEGRINHO DO PASTOREIO¨
Um chasque esclareceu tudo:
um ¨poeta macanudo¨
esteio da tradição
trocava de invernada!...
mas deixava o coração...
obedecia a chamada
do nosso ¨Pai Soberano¨!...
Mas enquanto existir ¨MINUANO¨
e o canto do ¨NEGRINHO¨,
um ¨QUERO-QUERO¨ no ninho,
faço aqui uma promessa
e certamente a cumprirei:
Jamais te esquecerei
MEU VELHO BARBOSA LESSA!!!
Moacyr Ayres da Siqueira
11-3-2002
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