Coisas da
Picuxa
É notório
meu sistema
de começar
um poema
com termos
de povoeiro...
é que trato
o dia inteiro
com gente de
muito estudo,
gente que
porta canudo
conquistado
em faculdade,
daí a
necessidade
de afinar
meu palavreado!
Mas nunca
termino assim,
sempre do
meio pra o fim
eu vacilo e
deixo furo!...
Brota em mim
o “pelo duro”,
pampeano,
original,
que se mata
e não se afina,
e falando ao
natural
faço um
verso “bem bagual”,
xucro da
cola à crina!
Sou bem cru,
não fui polido...
mas sendo
demais vivido
não encontro
o que me “enrasque”,
eu leio,
preparo um xasque
e muito
polido estranha
este feitio
de poeta
que consegui
na campanha
numa
escolinha gaúcha
aprendendo
na “seleta”
da
professora Picuxa.
Trago vivo
na memória
o ranger dos
seus chinelos,
o bolo da
palmatória
e uma vara
de marmelo
que clareava
a inteligência
e botava o
quebra no eixo
se as vezes
torço o queixo
em direção
da querência
num linguajar de estância,
perdoem os
da cidade
é um
relincho de saudade
lembrando a
felicidade
que vivi na
minha infância!
Moacyr Ayres da Siqueira
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