sábado, 29 de novembro de 2014

peleia com a bruxa, sem adaga, sem garrucha


A Um Safenado




Enio Mércio, velho amigo:

te vi diante do perigo

numa peleia com a bruxa,

sem adaga, sem garrucha

com “reza braba” por certo,

peleavas de peito aberto

com a raça de guri...

e a “bruxa” bem destorcida

brincava com tua vida

na ponta de um bisturi!



Te vi peleando deitado,

como um potro pialado

numa cama caborteira,

todo cheio de mangueira

cuidando pra não dar nó,

confesso que tive dó

ao te ver naquele estado,

um “índio falante” calado,

como um galho bem judiado

carregado de cipó!



Vi que não era tua hora

Deus mandou a bruxa embora

e sentou na tua cabeceira,

num lado o velho Siqueira

de modo xucro e mundano,

pedia ao Pai Soberano

que de ti tivesse pena...

e te levantasse do leito,

cuidando bem do teu peito

e tua ponte de safena!



Só uma coisa me intriga,

quero que o amigo me diga

se o que tinha a bexiga

que manguereava teu braço

pendurada numa vara,

era a caipira que eu faço

que qualquer doente sara

quando passa na garganta!...

Índio entrevado dispara,

defunto grita e levanta!



Eu capricho no que mordo,

não fiquei muito de acordo,

não vi por lá charque gordo

nem ovo ou linguiça frita;

nem peito com mandioca,

só me agradei da chinoca,

potranca gorda e bonita

que te media a pressão...

eu quase deitei no chão

adoecendo de fita!



“Pois bueno”, vou ficar quieto,

confesso que me apateto

com tanto talho e costura,

eu sou mais da “canha pura”

no lugar daquele soro

e sigo por desaforo

com a minha “benzedura”

porque corte eu não mereço,

que me virem do avesso!...

Mas meu coro ninguém fura!






Moacyr Ayres da Siqueira

Numa exposição de pinturas


Poesia Ilustrada




Agente sente que Deus esta presente...

que segurou o punho desta gente

para a criação da vida destas telas...

com perfeição quase absoluta,

disputam vislumbramentos entre si;

se flores, convictas da perfeição nesta disputa

sonha com o gostoso beijar de um colibri!



Pintura... nem sempre é só beleza!

Ás vezes é triste, ingrata e tão cruel

que ouve-se o choro do pincel

a colorir o ruim da natureza!...

É como o poeta a descrever o triste

torturando a alma a “ canetada”!

Pintura... é verso que consiste

em poesia materializada!



Pintura... arte que encanta, acalma e reconforta!

Põe na tela, natureza viva ou morta

e enriquece este quadro encantador!...

Pondo num cantinho qualquer, seja qual for,

meu verso, minha rima predileta...

e terás nesta tela a trasbordar amor

o coração grandioso de pintor

com a modesta alma de um poeta!





Moacyr Ayres da Siqueira

Galeria de Imagens

Através da Poesia conheci essas pessoas



Nemézio Miranda de Meirelles



Prof. Armando Würt



Casa do Poeta de Canoas na Câmara de Vereadores


Concurso Poesia Ilustrada

À MÁRIO QUINTANA




Eis aqui, o retrato da saudade!...

Coisas que sumiram da cidade

mas não sumiram da minha lembrança!

Saudade!... Saudade é a única herança

que deixou-me o tempo, a esvoaçar-se aos ventos...

ao reviver as ruas de teus” cataventos”!...

Hoje... muito diferentes são as ruas

daquelas, antigas, que eram tuas,

nas quais aprendia caminhar...

as mesmas que já eram de teu longo andar!

E lá na “dimensão” em que andares,

hás de encantar também com “Quintanaree s”;

com tua poesia ingênua e cotidiana;

com amor, sem ódio e sem maldade...

e o vento esvoaçará sobre a cidade,

“A alma poética de Mário Quintana”...

Eis aqui o retrato da saudade!




Moacyr Ayres da Siqueira




Casa de Cultura Mário Quintana
Concurso e Exposição - 9ª Imagem de Quintana
Recebendo de Nelson Fachinelli menção honrosa pela poesia O Retrato da Saudade à Mário Quintana